6 de nov. de 2011

Ai de mim se fosse sonambulo!

Não lembro mesmo de ontem

Talvez, nem do resto da minha vida

Mas acordei sozinho

com uma poesia me fazendo cafuné

fez amor comigo a noite toda

me vigiou da cabeceira

enquanto eu jazia embriagado


A soma de todas as luzes


Gosto da cor branca

Da folha intacta que aceita todas as ideias

Da teia de aranha sutil em arte e arquitetura

Do mármore virgem que pode assumir todas as formas

Dos fones do meu ipod que me injetam musica


Sabe quando a lágrima fica pendurada na ponta do nariz

Ela não cai porque é artista de circo


Me atiça a cor branca

Dos fantasmas sábios e suas correntes

Do medroso que precisa da sua mao para segurar

Do vestido da noiva que consola o cafajeste


Me conforta a cor branca

Da nuvem leve que desenha ursinhos

Da gaivota que sobrevoa a nossa calma

Do algodão que é nossa flor favorita sem saber

Da espuma do mar, nossa massagem com dedos de natureza


Me estufa o peito

Me sacode de lado

E me poe para ninar

Mesmo que amanha eu não acorde

Mas saiba exatamente o que fazer dormindo

Porque Felipe

Você sabe

Que de hoje em diante

Quando a cor branca te chamar

Nada de sono gostoso


Acorde da burrada que faz a 25 anos

A cor é floco de neve

Que o frio te esfrega na cara

Que te arrasta na veia

Porque só o branco da pele dela

Sussurra ainda que sem voz

A paz que te ilude



Felipe Castilho, 06 de novembro de 2011.

Nenhum comentário: